sábado, 17 de maio de 2008

Full moon (de todo dia)

Mais uma vez
Desejos são expressos em palavras
(Outra vez)
Escritas, já que a minha voz se cala
Te chamo tanto em meus pensamentos
Sei que é a mesma dor que atravessa o tempo
Os dilemas na essência sempre iguais
Que atingem até os mais distantes mortais
E pra quem é diferente é difícil admitir
Mas existe e permanece aqui
Pra mim é não difícil falar sobre o meu desejo
Mas ao tocar no assunto, é sempre a surpresa que vejo
Não moro em torres de mármore
Meu corpo não é de cristal
Tenho o direito de querer-te e dizer-te, afinal:
Em mim chove;
vem, noite perfeita.
Deixa-me acender tua luz
ao fechar dos teus olhos!
Passear por teus tecidos
enquanto se deita,
trazer o inverno aos teus lábios,
e ter espasmos com os zigue-zagues das trilhas
que unem os corações e virilhas...
Ultrapassar teus muros,
beijar-te e, em sussurros,
dizer que é teu o meu prazer...
Mas tal e qual meu recato,
tal e qual teu recado...
Pecado em mim é sim, e não, te desejar...

Zumbi

Levanto e não acordo
Ando e não caminho
Me vejo e não me olho
Floresço em mil espinhos
E a chuva adivinha a hora do choro, e me escorro.
Moro em mim
Mas meu mal todos os dias me espera à porta
De fora, e pra dentro;
A cada dia, um nome e uma distorção
Ele me condena, pois não o sou
E tento matá-lo por inanição
O que não vejo é o que me vê mais,
tanto na fuga quanto na pausa,
na enorme pausa que me carpa e me planta.
Mas ainda há as tais, aquelas janelas
que me tomam o corpo e dissecam a alma,
e que insistem em não ler os meus sinais...

Tal e qual meu fim, teus olhos, negativo dos meus.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Me, as... Falto (Canção)

Olhar, nascente; minha mente, ar
Sonhos desaparecem ao despertar
Procuro a corda que me une ao céu
Corrói-se ao tocar meu sangue-fel

Da cor do barro, sou caminho, chão
Sigo à frente e na contramão
Mil rodas, pés, sandálias, patas, saltos
Me, as... falto?

Nas memórias, passageira, necessária; assim,
Ao pesarem em minhas costas, lembram-se de mim?
Deixo a terra, ando nela, pulo e no vento me espalho
Renasço em suas lágrimas de orvalho

O teu olhar divaga junto ao meu
Mui raro, vê-se que ainda não cresceu
Dou-te uma dança livre, criança;
Colho sorrisos sem esperança

Buscas prazeres - defesa? Ilusão...
Amor seria incompreendido; então
Sigo teus passos, cerco-te em abraços
E meus desejos perco no espaço

A interdependência humana é mui injusta, sim
"Porque não me basta viver com a força que há em mim?"
Mesmo começo e fim, que vício! Eu quero ir para o alto
But I'm as...

Falta o ar, falta o chão
Que caminho, irmão?
Ir ao mar, similar
Ao meu coração?
Vejo verdade ou papéis?
Jogo de sorte ou revés
Desisto de arriscar
E de tentar explicar?

Quem irá escutar
Esta minha canção?
Minhas asas, sem cessar,
São arrancadas à mão
Singular dor plural
Fujo, morro ou mato?
De fato...

(M)Atam-me as palavras...