segunda-feira, 23 de junho de 2008

Dedicatória

Dedico-te uma lágrima ao dormir
E um pensamento ao acordar
Depois de ver na madrugada
As luzes que saíram de teus olhos,
Fortes e fracas, como a dor férrea
Que puxa meu peito
E, se não arranca meus ossos,
Leva-me a vontade de andar.
Dedico-te o suor que provoco
Na esperança vazia de sentir escorrer o veneno
Que me deste em cada palavra e calor,
E que também te dedica a graça
De seus efeitos mortais,
Nos metabolismos anímicos
De amores, dor e vingança
Em cada poro invadido
De uma sombra infantil e desleal.
E, se esta simples presença
Já não te presta importância,
Dedico-te ao menos a ânsia
Do (se) guardar no esquecimento...
Meu beijo de vida perdeste;
As marcas já têm seu lugar;
Então, boa sorte ao dormir,
Que não possas mais acordar...