quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Frugal

Ao contemplar-me à noite, na rua,
E às nuvens que marcam o caminho da lua
Me lembro do canto
Do riso bem alto
E do pranto que escondo pra que não caia no asfalto

Distrações previnem o trespasse do muro
Que prende as lembranças de um possível futuro
(O suspiro, o tato
O fogo no ato
O tempo, o parto
O desejo retido no porta-retrato)

Amargo, até que eu ande meus passos.
Harpejo a dor que fortalece os laços
Do menino deitado
Com um lobo ao seu lado
O sangue espalhado
Comida no prato
O som que não passa do chão branco do quarto

E dedilho ilusões contidas em sussurros
Com as mesmas mãos que encerram em murros
O orgulho calado
O plano armado
O rótulo colado
O coração atado
O soar do fado
Que relembra a dor que é o ser amado...

domingo, 5 de outubro de 2008

Tercetos fatais (Bye-Kais) - parte 2

À frente, sagaz,
O futuro aguarda,
Cheio de chacais.
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Costura-se o fim,
A partir do momento
Que se diz um sim.
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Círculo real,
Vicioso e (in)útil -
Ah, vida banal.
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Sobriedade dói
Mas eu prefiro tê-la;
Ilusão corrói.