terça-feira, 30 de junho de 2009

Opinião (que se desfaz)

São as flores -
Belas, fracas, arrancadas
Tão injustamente sempre -
Que sabem do oscilar da vida;
Brilhantes na noiva ou triste coroa de despedida
São as dores
De quem perde algo ou alguém
(Tão) Injustamente sempre
A força pra aguentar a ida
Pra conter a raiva na escuta de uma opinião descabida que

Se contradiz
Em vida fala mal, na morte esculpe em sal
Que me diz?
Depois da luz há sempre o túnel no final
Olhe aí
Não bate mais o sol nesta janela
Não tem mais Hélio, cadê Isabela?
Não posso fazer nada, deixa eu ver minha novela
E ficar

Com essa falsa paz -
Que se desfaz!
Quero que se exploda
Eu quero é mais que se f**a
(Escondo o meu palavrão
Que se desfaz)
Isso por somente
Não ser conveniente para a televisão
Que se desfaz
De boca em boca,
A memória que é pouca,
Some assim, sem clarão
Que se desfaz
Isso tem remédio?
Ele explode o meu prédio,
O devo chamar de irmão?

Quem se esconde e
Fica atrás de alheias alegrias
(E isso acontece sempre)
Provoca o estrago e renega
A impunidade releva
Quem ousa revelar a saída?
Esse brilho
Multiforme, multicolorido
E que nos desliga sempre
Não quer jogar limpo, na cara
O que importa é a festa, é a farra,
É a fama, é a sorte, é a fortuna, é a bebida

E distrai
Ali na esquina, dois pedintes no sinal
E atrai
Se não agrada, dá pra mudar de canal
E se trai
Se existe certeza, ela se renega
Se algo é prometido, nega e nega
Enquanto estiver tudo bem, joga a mão pra cima e se entrega

Já que é pra brincar
Venha adivinhar
Tente acertar:
Quem é o lobo mau desta história?
É quem está com a cesta na mão
Hora de apertar
Vamos confimar
Sim, vai melhorar
Onde estará a minha boa memória?
Deu branco, deixa pra outra eleição

Vamos esperar, vamos esperar
Vamos esperar, vamos esperar alegremente
Morreu mais um, mas outro logo nascerá...

E essa falsa paz
Que se desfaz
Quero que se exploda
Eu quero é mais que se f**a
(Escondo o meu palavrão
Que se desfaz)
Isso por somente
Não ser conveniente para a televisão
Que se desfaz
De boca em boca,
A memória que é pouca,
Some assim, sem clarão
Que se desfaz
Isso tem remédio?
Quem explode o meu prédio
Não é meu irmão
Que se desfaz
A bala perdida
Tirou mais uma vida
E jogou num caixão
Que se desfaz
De quem é a culpa?
Pega alguém e empurra
Dentro de uma prisão
Que se desfaz
De seu objetivo
Forma muito bandido
Pouca educação
Que se desfaz
Eu quero dinheiro
Para comprar primeiro
Minha opinião

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Silêncio

Que ironia, o caminhar do homem no chão
Segue trajetórias tão indefinidas quanto o limite do espaço
Tantos pontos brilhantes que falsamente delimitam o universo
Todos frios e pesados

As luzes não afetam quem se faz de cego
As luzes vêm após as bombas

Não é só com a música que há o pulso
Não é só o vento que uiva
Qual a voz que ultrapassa o vácuo?
O silêncio de um coração

As mãos geladas que sempre balançaram sozinhas
Só alcançam quem lhes tira o calor
E, ao mesmo tempo, as aquece
Como uma pessoa é capaz de fazer

Só uma... Só uma...

O som da discoteca remete a um céu nublado
O impacto da chuva que lembra alguém
Corre e dispara em direção a si mesmo
Quem é, realmente, quem te quer bem?

A intromissão é tragada pelo esgoto
Para o mais, só resta o silêncio

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Delirium (Wish for a solitaire walk) - song

No flashbacks
No flowers in the bedroom
No memory cards
No photos on the floor
No televisions on
They all have gone away

Stormy night
The branches are becoming
Monsters at a sight
But fearless, lonely, empty
"Want to get along?"
It's all they had to say

So real and deeply blue... (Outside of a broken mind, inside a little fever)
All merged in a flu... (Delirium?...)

Once upon a time
There were unpleasant names that tried to
Bring and spread
The worst and painful nightmares
She were not that strong
But kept still running

That time is now
Just passed one second ago
How to be alright?
One step, two steps and so on
Any illusions left?
Life is no more than dreaming

The wind flows always new... (Is time to rewrite the time, and build a brand-new future)
So many ways to choose...
Ooh, come what may, it's a one-and-only way

Chorus:
Pursue the sunrise
Try to fantasize
Read between the lines
Of the walls that are behind the buildings
Noon after noon
And moon after moon
(Life's consumed, little by little) "I really, really, thought that I...
Dreamt that I
Could make my ways concern only to me"
This reality
Where the people live
To be who they can't
And to just survive is so disgusting
All this incomplete
Data, awakening
(Breaking the chains n' clips on the wings) "I really want to say good night,
And say good bye,
But, always, everyone puts on their nose into all about me"

Delirious solitaire walk - now can be heard a song
No flowers in my path, no monsters of my own
Run barefoot, increase the heat, material things melts with the beats
I want to know about myself... I'm gone...

domingo, 8 de março de 2009

Oligo, logo, rhea - Parte 1: Pra mim, pra você.

Hoje, quando não importa, a data é irrelevante, isto começou e terminou num hoje.
Decido pela prosa. Apenas uma arrumação diferente, talvez mais objetiva, porém sem certezas.
Meu pensamento gira numa frequência de vidas/segundo. A que tenho, a que tive, todas as hipóteses. Às vezes é difícil parar.
De lembrar de todos os sentidos, de todas as ações, de ver o quanto mudaram.
Dos lapsos. Acidentais, mas também induzidos. Auto-defesa bruta. Sempre irão acontecer. E dos demais psicossintomas, que não são tão ruins assim, muito pelo contrário.
Das comunicações, poucas. Filtradas. Escolhas loucas, como eu. Ilhas da fantasia neste mundo fantasioso - crus e cruéis, tanto nós, como ele.
Nós? Sim, homens não são ilhas, afinal. São paradoxos de si mesmos, de seus próprios conceitos, quebra-cabeças com milhões de possibilidades de resultados momentâneos. Finais sempre inconclusivos.
Das intuições, que sempre mudaram e mudam até hoje minha vida.
Vou ser suave, agora, digo. Sucinta. Duas mãos digitam, e duas visões também. "Deixa-me dizê-lo, sê-lo, agora", implora. "Será que entenderá?"

Houve um tempo de andar só. E durou muito tempo, e ainda dura. Mas quem sabe vivê-lo nunca o está. Três em um. O outro está com os outros. As presenças presentes, as "presentes" e os presentes. Verdade? Não importa.
Pra mim, os melhores são as lágrimas. Se enquadram em todos, as gotas d'alma, hoje cachoeiras.
Não sei como foi, nem como é, o seu presente. Mas este, que escolhi, e é meu, hoje também é seu.

Ele. Quanto mais palavras há, menos delas tenho. Mas tenho as gotas.
Por que, porque não consigo pensar no pior? Ele é tão comum... mas não consigo.
Ouço o que sempre disse pra mim mesma, e que nunca esperava que me dissessem.

Houve um tempo de andar só, e ainda o faço. Mas eu o escolhi. E o quero, sempre. E, com elas, eu o provo.
"Será que entenderá?" Por hora, é pouco; é tempo de se apresentar. Hoje.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Caminhos

Caminhos
Mergulhos em músicas
Feitas por outrem
Todos vão e vêm
Assim, assado e assim
Mais vivos do que nunca
Mas mortos como sempre
Apodrecem, ao pó descem
Todos os vis objetivos
Certo é só o dia
Que castiga mas ilumina
É a sina, e assina
A passagem do tempo
Que ceifa o pudor
o amor
o vigor
o ardor
Chama do coração as memórias
Histórias
Transitórias
Certa é só a noite
Dona das mil metáforas
Onde os gatos viram pardos
Os homens viram bardos
Ilusões alcoólicas
Que muito encerram as cólicas
E deixam diversos fardos
Retratados em músicas
Mergulhos
Caminhos