quarta-feira, 20 de maio de 2009

Silêncio

Que ironia, o caminhar do homem no chão
Segue trajetórias tão indefinidas quanto o limite do espaço
Tantos pontos brilhantes que falsamente delimitam o universo
Todos frios e pesados

As luzes não afetam quem se faz de cego
As luzes vêm após as bombas

Não é só com a música que há o pulso
Não é só o vento que uiva
Qual a voz que ultrapassa o vácuo?
O silêncio de um coração

As mãos geladas que sempre balançaram sozinhas
Só alcançam quem lhes tira o calor
E, ao mesmo tempo, as aquece
Como uma pessoa é capaz de fazer

Só uma... Só uma...

O som da discoteca remete a um céu nublado
O impacto da chuva que lembra alguém
Corre e dispara em direção a si mesmo
Quem é, realmente, quem te quer bem?

A intromissão é tragada pelo esgoto
Para o mais, só resta o silêncio