quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

To a clown

The show is ended
I put the curtains down to wash
Just in time to see you rush
So, what all of this mean?

Who's the one confused?
I've pulled your mask already over
So much make-up remover
But your face is still not clean

'Cause of you, I broke up in rage
On stage
Slightly after our spring season
You came and cried loud in my bed
And fled
Taking away a part of my reason

The ashes of our fire circle are vanishing
Those words who melted like plastic
And damn myself, caught in believing
In a child doing tricks of magic
Let us throw out your incomplete being
And my memories of hope, who's missing
Let us both go after life

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Acabou

Te ofereci a minha carne
E queimei até dizer chega
Trago as cinzas de um tempo quase cremado
Que hoje espalhas por aí

Meu anjo me mandou cuidar do machucado
Mas às vezes meu canto é sadô-masô
E se expressa com uns espelhos quebrados
E o sangue que vazou

Mas antes nunca do que tarde
A minha intuição não nega
Que o teu olhar distante, vazio, calado
Revelou mais do que você quis

Sonhei e me confinei neste vício errado
De te pintar com cores que não tem
Este cartucho não será recarregado
Amor fiado pra mais ninguém

Demorou
Mas chegou
Agora
É hora de

Purificar o santuário
Fechar o relicário
Sem odor de cerejeiras
Sem gorjeio nas palmeiras
Mudar de vez o calendário
Reescrever o meu sumário
Abandonar vidas brejeiras
E bebedeiras

Acabou o suor
Acabou a dor
Acabou o licor
Acabou você

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Espera e fuga

Perseguição
Que me devora
A energia e o ar
Inspiração,
A mim retorna
Após muito voar
Te esperei
Com muitas lágrimas
Tremor e avidez, chateação
Te encontrei
Em amigos olhares
Muito depois de um "não"

Cansaços mil no dia-a-dia
Trabalho, pão e pano no frio
Ter de enfrentar o calor do cio
Com um muro de razão
A esperança, distante e vazia
De tentar entender, ao menos um minuto
Como há desejo mas não há assunto
O medo emudece o coração

Achei que me distanciando um pouco
Podia calar e deixar rouco
Este desejo de dizer toda a verdade
Acabei deixando a fala ir embora
E sem pensar, por hora
Sem chamar, por vaidade

De admitir que também sou fraca,
Confusa e perdida
Cercada em esmeros
Me preocupei mais com você do que comigo
Eu te chamo de amigo
Mas sei bem o que quero

Perseguição
Que me consola
Tenho um porquê pra andar
Inspiração
Não vá embora
Bem mais que te encontrar
Quero tirar a sua angústia
E que os teus olhos sigam o meu chão
Se a minha visão é o que te assusta
Não serei mais tua confusão
Mas por favor, não fuja, não fuja, não fuja...

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Tercetos fatais (bye-kais) - parte 5

Nos tempos de usura,
Pecado capital
É cumprir com a jura.
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Em terra de loucos,
Se perder é lei,
Quem é cego é rei.
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O amanhecer da mente
É visto ao navegar
No mar do inconsciente.
.........................................................
Ao sair do teu ninho,
São suas tuas escolhas,
Mas não o teu caminho.

domingo, 11 de setembro de 2011

Hiato post-mortem

Me diz que eu posso olhar pra os lados
E falar sem pensar
Que eu posso querer o que quero
Sem me delatar
Esse asco que tens
Meus pedaços de chão
E as flechas vis
Com razão

São tudo que tenho comigo
Me deixa velar
Já estou morta, meu mal, e o castigo
É não poder descansar
Relaxar é alívio
Vai em breve passar
O que resta é seguir
E passar

Diz que vou-me, mas qual!
Esse ponto final
Traz os seus gêmeos
Torra os gênios

Me diz se é errado perder-se em si
De vez em sempre, conta?
Me diz se é errado calar
E parar de sorrir
Pra não ser uma tonta?
Jamais te escondi a razão
Somos fracos, perdão
Mas agora é veneno
Durar um modo que acabou
Congelar o amor
Não é erro pequeno

Luz da mi'a vida, vai
Pra outra vida, ai
Sai do meu peito, lança
Que o que há de vingar
É o melhor da semente
Tira esse medo, anda
E olha pra o que virá...

sábado, 13 de agosto de 2011

Only lies

Sweet juices
From lips to lips
Being filled
Satiated
Never ending
Such a life
Time to get again
Another fresh smile

Frozen roses
Melt and drop
Sweating, softly
From toe to top
Moaning deeply
Got the spot
Devil shiny eyes
Wink, turning all so hot

Lie with me
Lie with me
A second, we're far away
Lie with you
Lie with you
A minute, you beg to stay
Lie like this
Lie like this
Reason is already lost
Lie and tease
Lie and tease
The way to please the most

Sweet dreams
Pounded and stomped
Destroyed
Denied
Saddest ending
Such a shame
Wake-up call again
Oh, baby, you're so lame

Who started
This brilliant chat
Of "does and doesn'ts"
Before the bodies act?
Smiling secretly
Found the spot
Or could the other one
Be stealing what I got?

Lie to me
Lie to me
An hour, high-up flames
Lie to you
Lie to you
Remembering all the day
Lie like this
Lie like this
My will is still the same
Lie and tease
Lie and tease
'Till you only say my name

Too mad, too fool
So bad, so good
One calls, one drools,
A snap of fingers
And you're screwed...

terça-feira, 12 de julho de 2011

Sinceridade pra você

Hoje, às 14 hs aproximadamente, eu morri. De fato, não foi, mas não tenho idéia de, se de fato o fosse, o quão pior isso seria. Eu soube que você foi embora, Zac. Pra sempre. Assim, me deixando atordoada com o adeus que senti ontem, quando te tiraram daqui. É tarde demais para desculpas, só agora tive certeza que aquele sinal era realmente seu, a dor nas costas e peito habitual. Estava tão fraco... e sou tão impotente.
Eu ainda não acredito nisso. Eu não acredito nas ligações, nas hipóteses e nas falas dos jornais. E me recuso a acreditar no que vi: você, ali, sem me ver, e me abraçar como sempre.
Sei que tenho de seguir em frente, mas como farei sem irmão, amigo, pai, filho, conselheiro, "hitch", amor? Você foi e é tudo isso pra mim.
São suas a maior parte de minhas memórias mais preciosas. É sua a minha mais longa amizade. É sua a mais pura, doce e intensa forma de amor que conseguimos forjar juntos durante todos esses anos. Ninguém entenderá a dor que eu sinto. Não a tornarei maior do que a de nossa "mami", e a de sua família de sangue. Mas você sabe que minha dor é única, agora mais que nunca, porque só em você achei até nisso um "igual".
Ali, naquele lugar onde estivemos juntos, há uns 3 anos, creio eu, vi tudo passar diante de meus olhos, de como éramos no começo até dois dias atrás, quando nos falamos pela última vez. Ali, me lembrei de suas lágrimas no adeus a alguém querido, e das minhas ao reafirmar meu suporte, amizade e carinho a você; mesmo depois de nossa briga, mesmo depois daquele e-mail com esse mesmo título de agora, mesmo depois de tanta mudança, das revelações já sabidas, eu te tomei de novo pra mim como irmão. E continuamos juntos.
Não sei o quão desconcertados serão os meus passos depois de hoje. Independentemente da situação, e do cenário, eu ainda queria ficar ali com você, a sós, sincronizar energias e conversar como fizemos tantas vezes durante tanto tempo, sua cabeça em meu colo, o tempo congelado. Queria cantar a música que você queria que fosse cantada em seu velório, queria poder cantar em alto e bom som, mas eram tantas vozes, tantos sentimentos, tanta dor e tão pouca força. Sei que pode ser ilusão, mas caso não seja, espero que tenha ouvido ao menos minha voz baixinha ali, cantando nossas músicas. Senti nojo de nos expressar entre os falsos que havia ali. Agora, não há mais ninguém pra me proteger dos "abraços" alheios.
E sinto medo da ironia disso tudo. Você sabe disso, que sou uma medrosa disfarçada de "fodona". Eu tremo de tudo na minha cautela. E agora o meu espelho se quebrou.
Temo em pensar que não sei se conhecerei alguém como você - bom, doce, alegre, batalhador, carinhoso, extremo em muitas coisas, intenso, curioso, brilhante, simples, porém profundo, como a gente sempre soube, quando começamos a nos "ler", escrever nossos próximos capítulos e acompanhar, ainda que um pouco distantes, o des-enrolar do nosso tapete. Vai demorar MUITO tempo pra nascer e ser feito alguém "páreo" pra você, depois de mim, negão! Pra fazer planos mirabolantes como nos casarmos (à vera ou não) quando um de nós começasse a ganhar mais de 6 mil reais e ficar gritando "luxo" ou "eu sou RYCA", pra compartilhar medos dando a cara a tapa pra conselhos "duros", com o peito aberto e as mãos bem firmes, pra inspirar grande parte dos meus textos.
Obrigada por tudo, Isaac, pela beleza que trouxe ao meu mundo.
Tudo me dói, ao lembrar da reciprocidade disso tudo; dói mais ao ser relembrada que eu sou A MULHER que você queria ter, e você, O HOMEM que eu queria ser; e agora mais ainda ao ver que, a partir de agora, eu serei guardiã única dessas jóias que lapidamos. Hoje, de novo, eu levei meu coração, como o fiz tantas vezes, o qual você sempre soube que era seu. Agora, alado, estará com você, meu último presente. E aquela canção, que cantei tantas vezes, e que vivemos tantas outras, será sempre sua.

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Makino Yui - Synchronicity

(...) (Eu posso te ver na luz, suspirando
Eu posso te sentir no amor, não me esquecerei que estou contigo)

(...) Se eu sincronizar as batidas de nossos corações
Será que eu cairei até a mesma profundidade que você?

Estarei sempre ao seu lado, não importa o quão longe seu coração ande(...)

Não importa o quanto estejamos separados dentro desta escuridão
Nossos corações chamam um ao outro com um laço mais forte do que tudo
Ainda que você gargalhe, se estiver se sentindo sozinho, eu o sei
Eu quero aquecer os seus dedos frios com minhas lágrimas
Eu estou do seu lado...

Enquanto atravessamos as trevas,
Como pequenos e inocentes pássaros, entrelaçamos nossas asas
Você, que se esconde em um sorriso quando se sente sozinho,
É uma espada de gelo que não se derrete
Eu descubro o meu coração
E te abraço
Pra sempre...

(Eu acredito neste amor, querido
Só te desejo que... meu coração esteja sempre contigo
Eu acredito neste amor que nunca entreguei
Eu posso descobrir-me e voar...)




12.07.2011 - 19.4 - 23

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Sirena

Era o fim da ponte.
Cercada de areia estava lá,
A mesma espera, a mesma visão.
A água corria abaixo dos pés,
Numa dança caudalosa, verdeazulcreme
Algo serpenteava abaixo,
E guiava os calafrios naquele corpo esguio.
Havia gritos.
Era agarrada de novo, e envolta em braços desconhecidos.
Já não estava mais ali.
Suas escamas estavam no oceano,
Derretera-se de um modo que ninguém sabia
E ainda estava ali.
Seu tutor, auto-nomeado,
Olhava transtornado, e assim ficou,
Até o real dono reivindicar o que era seu.
Um abraço pela espera
Um beijo pela partida
Dos corpos, gritos e coisas improváveis
Naquele fim de tarde
Coisas que outros verão
Coisas que outros terão
E que nunca serão suas
Destinadas a viverem enterradas
Sob o verdeazulcreme
Ondeante, no fim do horizonte.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Just it

Such an impression of you
Kinda lame
I was surprised
But not too much
It was expected, after all
That I would fall
And go up again
Like a bungee jump
Just one ride, one flight, and stop
Who could tell
The real eyes shone real lies,
the spell would charm itself?
A mirror found, a laugh,
I'm not the only one
Who breathed hot and hard
To say "It's done"
Time has come,
Gonna find another shoulder,
Shoot another boulder
But one thing is true:
Don't know if I want
To find someone like you

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Tercetos fatais (bye-kais) - parte 4

Numa gaiola aberta,
a ignorância salva
e traz a morte certa.
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Solidão é luz
se não é humana
a fonte que a conduz.
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Coleiras de mola
Se estendem no amor
Mas apertam a gola
...............................................
Sorri para a sorte;
Se ela retribui,
vira-se - e perde o norte.

sábado, 21 de maio de 2011

Miragem

Som de goteira e cheiro de lama. Uma velha casa, parcamente iluminada. As paredes, cimentadas e pintadas de branco, destacam-se mais do que os faladores devidamente acomodados em seus assentos. Há poucas pessoas, mas só uma vê, e fala, o que há pra ser visto. Ou quem.
Há uma breve despedida. Como chegara, ausentara-se - um cumprimento e poucas palavras. Anda calma e furtivamente; a armadura negra reluz, e a longa trança negra, com poucos fios vermelhos, move-se suavemente a cada passo. A estrada, com poucas casas amplamente afastadas umas das outras, algumas gramíneas e sem nenhum asfalto, queimada pelo sol acima de sua cabeça, está deserta. "Nunca tinha visto um dia tão amarelo..." Na verdade, já. "Melhor tirar os óculos", pensou, tentando rir de sua própria piada.
Um facho de luz corta o seu rosto, rapidamente coberto com uma das mãos, e é seguido por uma onda brusca de energia, impactando-a de frente e a fazendo parar. Tinha certeza de que estava muito perto, naquele momento. Alguns metros à frente, avista uma criança, de pele bronzeada e mui mirrada. Ela olha rapidamente em sua direção, e um novo facho, desta vez vindo dos olhos felinos do menino que a encarava, traz a certeza que estava esperando.
Ele começa a correr. O vulto negro sentiu a saliva escorrer por entre os lábios e seguiu na direção do rapazote, tão rapidamente quanto podia.
A corrida levou-a a uma mata densa, estranha àquele cenário anterior. Sons de tambores e atabaques surgiram e cresceram enquanto continuava na inesperada perseguição. Depois de poucos minutos, chegara ao fim da trilha. O rapaz havia sumido. A música havia sumido. Mas algo aparecera. Gota a gota.
"Você não pode se esconder de mim", disse com um sorriso entre os lábios. À sua frente, um tronco de árvore, mui largo e ferido por algum lenhador qualquer, formara por alguma razão um pequeno recipiente d'água. Suas gotas surgiam do interior do tronco, e o líquido transbordava. Olhou para dentro. No meio deste, surgindo do éter, uma vitória-régia resplandecera, brônzea, porém tão leve...
A mata havia sumido. O vulto havia sumido. Ficara apenas o tronco, e uma voz ao longe: "Você é minha, agora... Só minha."

terça-feira, 3 de maio de 2011

Brinquedo amaro

Como se monta um quebra-cabeça
Que se diz ser sem solução?
A subjetividade esconde a boa verdade;
Esqueça - ou sofra, ou aja então

Se "tudo que vai, volta"
Será que é certo torcer
Para o que importa "ir embora"
E com isso garantir que o sempre terá na mão?

O que me prende é pouco, eu sou um louco
E prefiro essa lógica anormal
Ao romantismo que é lindo na TV e sucinto no jornal

Cansei de brincar de médico
Cansei de ser paciente
Me dêem um atestado pra cicatriz-de-ser-amado,
É só um coração, o transplante é pra tanta gente

Entrego meu ouro de bandeja ao bandido
Porque é tolo quando ainda está comigo
E é mais pobre de mim que eu sigo...

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Roubado e modelado de frases de meu quindim dançante Murilo Almeida

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Dive Diva

Do silêncio, maestra,
E do profundo, rainha,
Mil tesouros retinha,
Um suspiro orquestra.

Fina e fria escultura
De imponência sem par,
Traz o fundo do mar
Num olhar; sem usura,

Simples, usa suas cores;
Nelas, faz se perder
Quem a busca como um ser
Belo e livre de horrores

Azul, brilha no escuro,
Entoa um tom lilás,
E a paz que lhe apraz
São ondas contra o muro

Foge, ó tolo que espera,
Pule já de seu mastro!
Ou mata o amor e seu rastro,
Ou morre em uma quimera...

domingo, 13 de março de 2011

Pour

Preciso beber mais.
Há algum tempo eu via esse tom prateado e anseiava, pedia, imporava, mas tinha de me conformar e voltar ao cinza sujo das pessoas e das ruas ao meu redor. Nada mais a contemplar.
Olho pela janela e pressinto meu desejo chegando. A alma presa em um sofá, abatida pelo cansaço do corpo e pelos mil flashes da mente, se cala. Os olhos, atentos e auto-ilusionistas com promessas de pequenas alegrias, se apagam com gosto.
Gota após gota, a tinta da pele e dos cabelos esvai-se, mistura feliz. Ignoro o barulho na sala; finjo que descarto as roupas; somos só nós duas, eu e ela.
Des-remonta todas as partes de mim; projeta no céu fios furta-cor de passado e futuro, prazeres mil de amostra grátis, congela a fala e refresca o além-dicionário do instinto.
Retorno com um "obrigada, volte sempre". Helpless.
Preciso sorver mais, voltar ao âmago da escultura, a ser dança, luz e satélite, à brisa gélida e ao cheiro de vida molhada. I'm in the mood for rain.

sexta-feira, 4 de março de 2011

O elo (parte de um sonho)

Mais uma noite. "Caminhar em meio a floresta com a confiança de uma lua cheia é como tornar um lençol seu mar mais desconhecido", diz. Ri de sua imaginação para frases frívolas, mas adora quando elas se espalham, ainda mais quando é por todo o seu corpo. Prova um pouco do arrepio e deixa o suficiente pra depois. Diverte-se com a própria sombra de seus pés rápidos, enquanto pensa na torre. Para.

Um canto sibilante chegou aos seus ouvidos. "Eu não consigo me aproximar dos seus pensamentos...". Algo novo! Não era em sua língua natal, mas entendia perfeitamente. "Eu não... consigo... me aproximar...", repetia-se e repetia-se, se tornava mais nítido e choroso. Assobiou de volta, no mesmo ritmo, querendo ajudar, mas não sabendo como. De repente, um "TAP!" o fez estremecer. O barulho era forte demais.

Esticou a vista e viu um amontoado de pessoas em frente a um muro de pedra. Estavam com vestes brancas e encapuzadas, descalças, e pareciam ser todas mui jovens. Uma delas, de estatura tão pequena quanto a sua, estava encolhida em frente a uma mulher mais alta.

"Eu sei que é uma responsabilidade enorme; mas, de nós, sabemos que, desta vez, apenas você pode ser capaz de descobri-lo. É um esforço que precisa ser feito. Todos nós precisamos que o acorde... Desperte, por favor!"

A jovem à sua frente parecia chorar. De onde estava, não via lágrimas; porém, estavam lá. Os outros se dispersavam aqui e ali; uns cantavam, outros procuravam por algo, outros apenas esperavam. Ela afastou-se dos demais, e balbuciava o canto novamente.

Ele sabia que não era em vão aquele desejo. Queria ajudar àquela menina, mas como podia ser útil? Ficara paralisado com apenas o tom de sua voz, sentia-se queimar. Estranhamente, o chão de pedra não parecia mais tão frio quanto antes... mas ainda era frio.

"Eu não consigo..." Chegara um pouco mais perto. A iluminação estava melhor - podia ver sua face. Não havia nada de espetacular: olhos amendoados, pele morena, cabelos escuros levemente desgrenhados apesar de presos, feições simples como as que costumava esculpir, isto sendo o máximo de familiar ou tecnicamente agradável que pudesse pensar... Fechou os olhos e pensou que não conseguiria sair dali. Nem queria.

A brisa soprou o local com força, fazendo algumas chamas das candeias e alguns mantos dançarem; aproveitou-se da distração para locomover-se de novo pra mais perto, subindo até o alto de uma pequena parede de pedra. Ali era confortável, e a tensão tornava tudo ainda melhor. Faltava algo. Assobiou outra vez e sorriu. A mulher bocejara, fazendo alguns dos jovens também bocejarem, e indagarem, e rirem, e se distraírem...

"EU NÃO CONSIGO ME APROXIMAR DOS SEUS PENSAMENTOS"...

"...eu não posso ficar quieto...", ouviu-se. Ele, decidido, e já mui perto daquela menina, sibilou-lhe: "Você pode guardar um segredo?"

Uma luz fraca, porém incomum, iluminou um cogumelo próximo de onde a jovem estava. Ele cresceu, e quanto mais aumentava, a intensidade da luz se tornava mais forte, e fluorescente. Flocos cintilantes como vagalumes caíam do céu. Os demais cantavam, comemorando. Somente ela correu... até ele.

"Eu estava te mandando sinais daqui", disse. "E você ainda não os decifrou", respondeu-lhe. "Vamos?". Fez que sim com a cabeça. Era a hora de recomeçar...

Maestros da morte

Fim de tarde. O bar da esquina estava como sempre - cheio, animado e com o velho aroma de confusão iminente. Desta vez, um grupo relativamente grande fazia alarde e música. Comemoravam a penúltima apresentação da orquestra naquele ano - ao que parece, um sucesso de público. Estavam todos altos; mas posso dizer com certeza que, exceto pela moça no terceiro banco da direita da mesa, que parecia a ponto de vomitar, um rapaz de cabelo comprido sentado à minha esquerda, e Letícia, que andava por todo o local pra cumprimentar alguém de vez em quando, eram os mais bêbados de todos. Não no sentido alcoólico, todavia - nenhum dos dois havia bebido algo do tipo, até onde me lembro. Era uma euforia compartilhada entre ambos, porém contida, disfarçada sutilmente pela situação. Porém, eu havia notado.


Letícia era o único motivo por eu estar ali naquele dia. Ela estava realmente feliz, e queria compartilhar um pouco comigo, ao me tirar do meu tédio atual, ou ao menos tentar – sem sucesso. Estar ao redor de pessoas que não conheço me deixa desconfortável, ainda mais porque isso ocorre comigo todos os dias. Preferi sair na surdina, como de costume, e ficar do lado de fora, esperando alguém me "salvar", ou ter forças para retornar para casa. Ela não me seguira.


Aquilo me deixara impaciente. Resolvi ir para casa quando uma música tocada, no violino, me fez voltar a cabeça para trás. Estava desafinada, cheia de interrupções ... e era a MINHA música.


Atravessei o bar e meus sentidos sumiam junto com cada nota... até o som desaparecer. Estavam todos … mortos?




O som do violino me fez falta naquele momento. Pelo menos eu teria como me distrair daquela visão horrenda. Pelo menos eu teria onde me agarrar – aquela música me definia, mesmo sendo tocada sem letra alguma, naquela versão mais pura, embora desafinada, que foi sumindo até eu me deparar com essa … cena inexplicável.

Um homem musculoso com o torso rachado em dois. Uma menina enforcada com o próprio capuz negro. A moça da terceira fila, afogada em seu próprio vômito. Um senhor com os olhos arrancados, os nervos óticos se retorcendo devagar. O rapaz que estava sentado ao meu lado, escapelado até a morte, com o cérebro exposto. E Letícia.


Letícia me olhava com olhos tristonhos, úmidos. Ajoelhada no chão, próxima a um dos cadáveres.
Corri até ela e quase gritei, “Mas o que foi isso? Isso não pode estar acontecendo!” sem nenhuma reação ou resposta. Aquilo me assustou mais ainda, e a larguei, recuando três passos. Ela só acompanhou meu movimento com aqueles olhos lacrimejantes.


Os olhos mal piscavam. Amendoados. Indiferentes, mas sofridos.


Perturbado, eu pisquei várias vezes. Os olhos praticamente me sugavam. Senti uma vertigem tremenda, meus pés falharam, as pernas trêmulas me derrubaram no chão. Pouco a pouco, eu deixei de existir. Tudo foi ficando sem sentido e falhas na minha visão começaram a se impor sobre o ambiente que eu presenciava. Uma estática absurda, fantasmas como os de uma transmissão ruim, rabiscos que iam se abrindo e rasgando a própria realidade à minha frente … fui deixando de existir.


Nos últimos momentos, os acordes da música, uma sensação de identificação total, de ser engolido.
Uma dor lancinante me feriu a testa, eu percebi que havia batido a cabeça contra a mesa do bar, tirei apressada os fones de ouvido que tocavam aquela música estranha. Atordoada, balancei a cabeça e procurei o meu amigo Pedro, onde é que ele havia se metido? Levantei preocupada, havia dormido no bar, mas porque ele havia deixado eu, sua melhor amiga, Letícia do coração, ali com dois retardatários que discutiam sem prestar atenção a mim?

Só agora me dei conta … que sonho estranho me acordou. Parecia um pesadelo. Uma sensação de queimadura na garganta, descendo até o peito … piorava quando eu tentava me lembrar do sonho.



Pedro estava do lado de fora, recostado à parede. Ele cochilava, e parecia estar segurando algo no colo, mesmo sem ter nada ali. Um pouco de saliva escorria de sua boca entreaberta. De novo, isso... Acordei-o para saber se realmente já queria ir embora. "Calma", ele disse, "estou quase chegando ao final... me espere um pouco mais". Dormira de novo.


Era estranha essa reação dele; mas, para mim, estava ótimo. Ele devia estar exausto – eu sempre tento tirá-lo do mundo antissocial dele, a maioria das vezes sem sucesso … E, sabe-se lá que tipo de sonho ele estava tendo, mas estava se divertindo. Eu iria deixá-lo ali mais e iria comemorar mais um pouco até irmos embora juntos. Fiz um cafuné nele antes de voltar para dentro.


Foi então que eu ouvi. A mesma música. Eu conferi se ainda estava com os fones de ouvido - não estavam lá. Os acordes, tons, subtons, era realmente uma composição que ele havia feito pra mim, há algum tempo, mas estava inacabada. Ela tocava em loop, sempre a mesma parte, sempre...

Voltei meus olhos na direção de Pedro - ele estava na mesma posição, mas tremia - seus dedos moviam-se no ar... Tirei minha mão subitamente de seus cabelos, agora molhados, e uma nota aguda me atordoara. Ele me olhava.


Os olhos não piscavam. Pareciam sonolentos, mas havia algo vívido dentro deles, algo que me nunca percebi e que agora me agoniava. Arfava, sem entender esse calafrio, vindo de alguém que sempre me estendia a mão. Como se tivesse lido meu pensamento, ele esticou o braço em minha direção, e seus lábios se moviam, sem dizer nada. Dei um passo para trás e uma nova nota foi tocada. "Dance"... sibilou-me. Levantou-se e deu dois passos para a frente. "Dance, minha vida, dance", disse.


Num impulso, como uma cigana, ofereci meu pé e minha perna ao ar, e no ar rodopiei como uma louca. Havia uma carga elétrica na minha dança, um luar brilhava através de minha, mais que isso, eu era uma estrela ardendo no espaço. Sentia que, naquela dança tão espontânea e automática, eu criava mundos, separava águas, gerava identidades, movia universos. Era a dança da vida, uma espiral sem limites que tomava conta de mim e me fazia de seu joguete.

Ao mesmo tempo, a espiral era meu brinquedo, eu a fazia pulsar e rodopiar a meu bel-prazer. Meu corpo dançava no ritmo daquela música, loop após loop, e a cada vez, a música assumia um ritmo mais forte e rápido. A tensão aumentava, e Pedro contemplava a dança como um enlevado espectador. Logo a tensão foi atingindo seu limite, uma sensação como a de um orgasmo foi tomando conta de mim, e uma série de imagens percorriam minha mente, acompanhando o ritmo de meus movimentos: uma sequência de assassinatos, executados por uma mão invisível, no bar onde eu antes estava prestes a entrar.

Meu corpo estava encharcado de suor. Não havia ninguém na rua a nos assistir, só ele, Pedro, era como se o mundo fosse só nosso. E naquele momento, era a mais pura verdade. Os loops continuaram e em minha mente eu revivia todas aquelas mortes, que me chocavam mais e mais, até que num dado ponto, eu estava insensível a elas e as enxergava como parte do ciclo, da dança da vida. A boca de Pedro foi se abrindo, devagar, e dela eu enxergava saírem os sons da música repetitiva, trocando os sentidos numa insanidade mesmérica. Ao violino se juntaram corais e flautas, tocando numa toada louca, quebrando finalmente o loop que me castigava, e eu enxergava figuras indefiníveis girando ao redor de Pedro, eram eles a fonte daquele acompanhamento que eu tinha como ganidos e gritos de hiena tomando a forma de saxofones, flautins, flautas-doce, oboés … e em alguns instantes, nenhum instrumento fazia mais sentido, era só o som … os olhos do meu companheiro se enchiam de luz e trevas, ele me fitou cheio de amor, doçura e sede, e gritou, enchendo meus tímpanos de dor e prazer:


“Iä! Iä! Shub-Niggurath!”


A música continuava, partes jamais tocadas se desdobravam e exibiam, e a música de Pedro se revela infinita como o próprio universo, como a própria linha do tempo. Eu me sentia infinita, dançava e sentia meu corpo crescer, dar a luz criaturas e vórtices, sombras e corpúsculos frenéticos, multiplicar-me, eu era o princípio da vida. E me veio o impulso de também gritar, respondendo àquele que sempre fora meu amado (eu tinha agora certeza!):


“Iä! Iä! Azathoth!”

A cabeça e todo o corpo de Pedro se contraíram, como se ele fosse o centro de tudo, a realidade ao nosso redor era sugada para ele … nossos olhos se encontraram e eu sentia que a ele era devolvida uma vida muito menor que a que ele demonstrava agora, sendo o senhor de toda a criação. Aquele instante de pulsar durou uma eternidade e um átimo, e eu me identifiquei com ele a tal ponto, e dançava numa tal velocidade e rapidez, que perdi a consciência e os sentidos, e percebi que estava correndo pela rua, tentando fugir de mim mesmo. Os meus pés logo se cansaram, eu parei para recuperar o fôlego …

Que é que eu estava fazendo? Porque deixava Letícia para trás? Nada daquilo era necessário. De repente, naquela corrida até minha casa, eu, Pedro, percebia o quanto ela era importante para mim. Era como se um novo universo de percepções, de conceitos ocultos, houvesse se descortinado diante de mim. Voltei minha cabeça para o bar onde Letícia ainda devia estar, e andei confiante para lá.

A sensação de andar era como se eu estivesse andando numa realidade totalmente nova, recém-criada. Tudo era igual, e ao mesmo tempo tão diferente. Eu era pequeno, era apenas Pedro, e ao mesmo tempo era senhor de tudo, senhor de mim mesmo, graças a um amor inexplicável, insondável.

Entrando no bar, ouvi uma música familiar ser tocada, o que era aquilo? Alguns dos frequentadores mais bêbados gritavam em uníssono: “Iä! Iä! Yog-Sothoth!” e aquele gesto me causou um calafrio horrendo e ao mesmo tempo prazeroso.


E no centro do salão, lá estava Letícia, ajoelhada no chão, como se estivesse prostrada ante mim, como se estivesse à minha espera ali, desde sempre, e estendia um violino em suas mãos. Sorria.


Finalmente, a nossa sinfonia iria ter um começo ... ela iria ter um final.


Lá fora, o universo despedaçado e refeito, mundos paralelos entrando em colapso, realidades chocando-se numa dança cuidadosamente executada por uma música doce e violenta, sensual e arredia, indefinível e essencial, que partia de um violino no centro do cosmos. E logo, uma canção se levantou em acompanhamento, uma voz feminina ressoou pelas estrelas, a luz e as trevas foram confundidas, a vida ferveu em caldos primordiais nos planetas mais distantes, o homem despertou sua consciência em milhares de jardins do Éden, espalhados por todos os cantos do espaço … e se espalhou como um câncer, um vírus insidioso e persistente.

Uma força, uma entidade feiticeira, surge como bolhas de separação entre as várias camadas da realidade … ela brilha, reluz num clarão e se esconde nas fissuras do espaço e do tempo. Os bêbados no bar entoam “Yog-Sothoth é a Chave e o Portal”. Um a um, cadáveres perdidos no tempo restante do universo anterior começam a se desintegrar e sumir, desfiados, nunca existiram: um homem musculoso cortado em dois; uma menina enforcada por sua roupa; uma mulher afogada em vômito; um velho de olhos mutilados, plenos de cegueira; um moço sem o tampo do crânio. Suas essências se dissipam e em seu lugar coalesce uma espécie de forma-pensamento … uma transmissão de ideias vindas do mais fundo dos céus … o tulpa dos novos deuses criadores assume seu papel de Voz e Mensageiro, e aguarda.

Pedro termina por fim sua música, enfim liberta de sua mente bloqueada. Respirando fundo, com o violino em mãos, ele olha para sua amada Letícia, que pôs letra espontânea na música que lhe era dedicada. Os dois tinham a impressão de ter sido aplaudidos pelos bêbados do bar, mas ao que parece, não havia mais ninguém ali, só o dono do bar preparando-se para fechar o estabelecimento, indiferente a tudo … e mais alguém: um homem negro, careca, agigantado, vestindo terno e gravata pretos, ia discretamente saindo pela porta dos fundos. Letícia sentiu-se agitada por aquela presença que se retirava, e gritou para ele, quase sem motivo: “Ei! E o senhor, quem é?”



A figura voltou-se para eles, sorrindo enigmático como uma esfinge, e o estranho era que, embora sua pele fosse negra de ébano, não tinha feições da raça negra, e sim um nariz aquilino e lábios finos. Ele segurou na mão uma curiosa máscara amarela, riu malicioso e disse, para logo depois sair batendo a porta: “Apenas um ator veterano indo representar uma nova peça, no centro da cidade, crianças … chama-se O Caos Rastejante … de um autor desconhecido … venham me ver quando puderem … E parabéns pelo talento de vocês … aliás, como faz um amigo meu de longa data, Jules Winnfield, posso dizer que o mais apropriado a fazer é agradecer-lhes com uma passagem da Bíblia, que eu memorizei. Isaías 65:17 … POIS EIS QUE EU CRIO NOVOS CÉUS E NOVA TERRA; E NÃO HAVERÁ LEMBRANÇA DAS COISAS PASSADAS, JAMAIS HAVERÁ MEMÓRIA DELAS.”

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MAESTROS DA MORTE por Lady Mizune e Arthur Ferreira Jr.'.
As partes de cada autor são diferenciadas por fontes de letra. A primeira parte foi iniciada por Lady Mizune e a última, por Arthur Ferreira Jr.'.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Say my name

Thoughts came back in a fleeting lisp
Words sealed shut, out in the blue
Shadows turning, painful whip
Who is thee and who are thou?

A scratching whisper made a spark;
Have a smile, my little dear,
D'you like to walk in the dark?
The outcome now is near.

The one who's satisfied with blood
Is still hunting on the hills,
seeking for a swamp, a flood.

Oh merciless stranger,
your footsteps caused me chills,
your heat's a sign of danger.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Vapor, calor, torpor.

O que se sente não é o que se sente.
Não às confusões.
Rosnamos para a mão que acaricia;
e seu dono urra:
viver é perigoso.

Queremos um dia longo que passe rápido.
Desejamos tudo ao mesmo tempo ontem,
e nos chocamos.
Não somos tão sutis, e tudo é tão intenso.

Sonhamos em ser livres, e mudar pulsações,
mas não queremos o peso delas,
e nem lembrar que um toque pode marcar uma vida.
É leve como um suspiro, e denso como a própria alma.

Ao que se pertence mas não verá jamais,
adeus, adeus! Vão começar tudo de novo.
São só ideias, afinal; é diferente e igual!
Estase, dinheiro, álcool,
estase, bolo, globo, todo,
vírgulas a mil, sem ponto final!

Nós, que torrenciamos ao longe e gaguejamos de perto,
que amamos o escuro mas apenas se temos um porto seguro,
somos loucos.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Sinestesia

Meus cabelos estão cansados
Os meus olhos, desarrumados
E as minhas pernas não choram mais
Meus ouvidos vagam no espaço
Meus dedos escutam o compasso

A minha mente tenta te tocar, mas
As cores ao meu redor não param de entoar
Um lamento rouco que não quero decifrar
O meu café é só aspereza
Meu bonsai se quebra em tristeza
O aroma azul do teu corpo nu
Hoje é mais um fio nas minhas veias
Apenas mais um tom nas minhas teias
Que irei transpirar suspirando blues...
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Dedicado para Rud, de quem eu "roubei" (com autorização) os três primeiros versos ;D

domingo, 9 de janeiro de 2011

Deixa (dois lados)

É tarde, é tarde
Esquece
Quem te diz um sim depois de um não
Covarde, covarde
Bate e corre, merece
O ignorar vindo de seu coração

Não se deixe magoar, não vá,
Não se deixe levar
Mas saiba que o tempo de brincar já acabou
Sua pele vai queimar
E se o azul do seu olhar
É espelho, que se quebre pra quem diz que já te amou
Se safe
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É tarde, é tarde
Que estresse
Será que esse "voltar atrás" tem razão?
Covarde, covarde
A segurança aquece
A dúvida por trás da beleza dá comichão

É mui fácil magoar e falar
É tão simples julgar
O adeus de cinema hoje é lembrança e dor
Vão e vem mil musas; olha,
Se a distância apagar
O centelho que sobra, o tempo dirá a verdade e o que é melhor
Que se lave



*Para meu amigo Pedro, para lembrar e esquecer.