terça-feira, 12 de julho de 2011

Sinceridade pra você

Hoje, às 14 hs aproximadamente, eu morri. De fato, não foi, mas não tenho idéia de, se de fato o fosse, o quão pior isso seria. Eu soube que você foi embora, Zac. Pra sempre. Assim, me deixando atordoada com o adeus que senti ontem, quando te tiraram daqui. É tarde demais para desculpas, só agora tive certeza que aquele sinal era realmente seu, a dor nas costas e peito habitual. Estava tão fraco... e sou tão impotente.
Eu ainda não acredito nisso. Eu não acredito nas ligações, nas hipóteses e nas falas dos jornais. E me recuso a acreditar no que vi: você, ali, sem me ver, e me abraçar como sempre.
Sei que tenho de seguir em frente, mas como farei sem irmão, amigo, pai, filho, conselheiro, "hitch", amor? Você foi e é tudo isso pra mim.
São suas a maior parte de minhas memórias mais preciosas. É sua a minha mais longa amizade. É sua a mais pura, doce e intensa forma de amor que conseguimos forjar juntos durante todos esses anos. Ninguém entenderá a dor que eu sinto. Não a tornarei maior do que a de nossa "mami", e a de sua família de sangue. Mas você sabe que minha dor é única, agora mais que nunca, porque só em você achei até nisso um "igual".
Ali, naquele lugar onde estivemos juntos, há uns 3 anos, creio eu, vi tudo passar diante de meus olhos, de como éramos no começo até dois dias atrás, quando nos falamos pela última vez. Ali, me lembrei de suas lágrimas no adeus a alguém querido, e das minhas ao reafirmar meu suporte, amizade e carinho a você; mesmo depois de nossa briga, mesmo depois daquele e-mail com esse mesmo título de agora, mesmo depois de tanta mudança, das revelações já sabidas, eu te tomei de novo pra mim como irmão. E continuamos juntos.
Não sei o quão desconcertados serão os meus passos depois de hoje. Independentemente da situação, e do cenário, eu ainda queria ficar ali com você, a sós, sincronizar energias e conversar como fizemos tantas vezes durante tanto tempo, sua cabeça em meu colo, o tempo congelado. Queria cantar a música que você queria que fosse cantada em seu velório, queria poder cantar em alto e bom som, mas eram tantas vozes, tantos sentimentos, tanta dor e tão pouca força. Sei que pode ser ilusão, mas caso não seja, espero que tenha ouvido ao menos minha voz baixinha ali, cantando nossas músicas. Senti nojo de nos expressar entre os falsos que havia ali. Agora, não há mais ninguém pra me proteger dos "abraços" alheios.
E sinto medo da ironia disso tudo. Você sabe disso, que sou uma medrosa disfarçada de "fodona". Eu tremo de tudo na minha cautela. E agora o meu espelho se quebrou.
Temo em pensar que não sei se conhecerei alguém como você - bom, doce, alegre, batalhador, carinhoso, extremo em muitas coisas, intenso, curioso, brilhante, simples, porém profundo, como a gente sempre soube, quando começamos a nos "ler", escrever nossos próximos capítulos e acompanhar, ainda que um pouco distantes, o des-enrolar do nosso tapete. Vai demorar MUITO tempo pra nascer e ser feito alguém "páreo" pra você, depois de mim, negão! Pra fazer planos mirabolantes como nos casarmos (à vera ou não) quando um de nós começasse a ganhar mais de 6 mil reais e ficar gritando "luxo" ou "eu sou RYCA", pra compartilhar medos dando a cara a tapa pra conselhos "duros", com o peito aberto e as mãos bem firmes, pra inspirar grande parte dos meus textos.
Obrigada por tudo, Isaac, pela beleza que trouxe ao meu mundo.
Tudo me dói, ao lembrar da reciprocidade disso tudo; dói mais ao ser relembrada que eu sou A MULHER que você queria ter, e você, O HOMEM que eu queria ser; e agora mais ainda ao ver que, a partir de agora, eu serei guardiã única dessas jóias que lapidamos. Hoje, de novo, eu levei meu coração, como o fiz tantas vezes, o qual você sempre soube que era seu. Agora, alado, estará com você, meu último presente. E aquela canção, que cantei tantas vezes, e que vivemos tantas outras, será sempre sua.

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Makino Yui - Synchronicity

(...) (Eu posso te ver na luz, suspirando
Eu posso te sentir no amor, não me esquecerei que estou contigo)

(...) Se eu sincronizar as batidas de nossos corações
Será que eu cairei até a mesma profundidade que você?

Estarei sempre ao seu lado, não importa o quão longe seu coração ande(...)

Não importa o quanto estejamos separados dentro desta escuridão
Nossos corações chamam um ao outro com um laço mais forte do que tudo
Ainda que você gargalhe, se estiver se sentindo sozinho, eu o sei
Eu quero aquecer os seus dedos frios com minhas lágrimas
Eu estou do seu lado...

Enquanto atravessamos as trevas,
Como pequenos e inocentes pássaros, entrelaçamos nossas asas
Você, que se esconde em um sorriso quando se sente sozinho,
É uma espada de gelo que não se derrete
Eu descubro o meu coração
E te abraço
Pra sempre...

(Eu acredito neste amor, querido
Só te desejo que... meu coração esteja sempre contigo
Eu acredito neste amor que nunca entreguei
Eu posso descobrir-me e voar...)




12.07.2011 - 19.4 - 23

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Sirena

Era o fim da ponte.
Cercada de areia estava lá,
A mesma espera, a mesma visão.
A água corria abaixo dos pés,
Numa dança caudalosa, verdeazulcreme
Algo serpenteava abaixo,
E guiava os calafrios naquele corpo esguio.
Havia gritos.
Era agarrada de novo, e envolta em braços desconhecidos.
Já não estava mais ali.
Suas escamas estavam no oceano,
Derretera-se de um modo que ninguém sabia
E ainda estava ali.
Seu tutor, auto-nomeado,
Olhava transtornado, e assim ficou,
Até o real dono reivindicar o que era seu.
Um abraço pela espera
Um beijo pela partida
Dos corpos, gritos e coisas improváveis
Naquele fim de tarde
Coisas que outros verão
Coisas que outros terão
E que nunca serão suas
Destinadas a viverem enterradas
Sob o verdeazulcreme
Ondeante, no fim do horizonte.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Just it

Such an impression of you
Kinda lame
I was surprised
But not too much
It was expected, after all
That I would fall
And go up again
Like a bungee jump
Just one ride, one flight, and stop
Who could tell
The real eyes shone real lies,
the spell would charm itself?
A mirror found, a laugh,
I'm not the only one
Who breathed hot and hard
To say "It's done"
Time has come,
Gonna find another shoulder,
Shoot another boulder
But one thing is true:
Don't know if I want
To find someone like you