sábado, 21 de abril de 2012

Penumbra

(Silenciosamente, prossigo em direção à escuridão
De asas abertas.
Tuas luzes raiadas, manchadas e tênues me mostram o caminho;
Porém, eu amo a penumbra
Das pálpebras semi-cerradas
E os lábios fechados ao toque,
Dormideiras que acordam desejos.)

Suspiro por orvalhos madrugais,
Sob a ânsia de ser, ainda, cedo,
Domar os calafrios em frente ao medo
E de querer prolongar tudo um pouco mais.
Se há fresta na cripta, é convite;
Enigmas há para decifrar
E não há coisa que mais me excite
Que os sonhos que se pe(r)dem pra se achar.

E, por mais que pareças impotente,
Monossilábica imensidão,
De asas abertas, silenciosamente,
Prossigo em direção à escuridão
Quem me dirá que são vias erradas?
Irei, louca e cercada em sensatez
Sentir as pálpebras semi-cerradas,
Os lábios fechados em languidez
Tuas luzes, teu caminho, tudo me deslumbra
Mas quero mesmo é mergulhar na tua penumbra...

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