segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Epifania

Despertar
É mais que aterrissar após uma viagem alcoólica num líquido carmim
Suspirar
É a válvula de escape do silêncio após um lânguido olhar brotar em um jardim

À fonte, afronte, apronte;
O horizonte ainda está a nos guiar

Entre ventos frios e agulhas aquáticas
Palavras, almas, dançam
Passos ariscos, ações erráticas
Sintonizadas por poucos canais
Os sinais vêm de longe, de outros cais
Ruídos, espasmos, fagulhas que choram
S.O.S.

Tal qual o astro-mor traz a manhã
Rasgando as negras nuvens com seus raios
Me acorda para o mundo do teu sonhar

Afaga
A lágrima salgada gerada da força da rocha contra a espuma do mar
Acalma
A saudade rouca e a ansiedade por saber o que o destino está a reservar

Por mais que, em primeira instância,
Corpos, silêncios e distância
Sejam, por hora, o que se pode desejar
É melhor do que ter mágoa
De ver que as línguas falam a mesma água
Mas é miragem, deserto, estiagem

Aprecie a paisagem
Beija a ferida exposta
A cicatriz é a resposta
E o troféu
São as pétalas no chão, presente do céu

Tal qual o beija-flor não pára de voar
Até achar sua flor desejada
Prosseguiremos nessa caminhada
Vale a pena, cada pegada
Até o dia que vamos nos encontrar

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