terça-feira, 16 de novembro de 2010

Oligo, logo, rhea - Parte 2: Paranóia.

Acordo em mais um lugar que não é meu. Eu tenho o que fazer, eu tenho que fazer, eu tenho que... Eu tenho, tenho... eu. Não, não é meu. Corro.

Entro em um vagão, e então tudo se move. Rostos conhecidos me olham. Um deles toca em meu ombro e fala coisas impossíveis, para o ser que é. Os outros não falam nada, como sempre. Atrás, um par de gêmeos (ou serão gêmeas?) de cabelos vermelhos como sangue, crianças, viram-se suavemente ao me ver. Há um animal branco e peludo passeando tranquilamente. Alguém me chama e diz que isso vai bater. As nuvens que vejo parecem asfalto. Tudo treme.

Acordo em mais um lugar que não é meu. É tudo verde e cinza. O animal peludo continua caminhando. Há uma grande concha branca, imponente, intocada. Uma ou outra pessoa caminha como se houvesse, ou fosse, água. Eu preciso correr. Tem alguém olhando. Tenho uma epifania, roubada logo depois. Fecho os olhos.

Lugar-nenhum. Em terra de cego quem tem um olho está errado. Ou não? Flashes, flashes, flashes. Dançar em meio à escuridão. Beat, beat, beat. Beat IT. Morfoloidismos instantâneos. Quem sou você?...
Gostei deste lugar, mas ainda não é pra mim. Vou andar um pouco...

Acordo nos olhos de alguém. Me diga se encontrar meu lugar. Passei da hora de começar.

2 comentários:

Malena Mordekai disse...

Hm, de onde veio tudo isso?
Não tinha lido até o momento.

Bem melhor que a primeira parte, e a narrativa parece bem onírica, dá impressão que foi um sonho mesmo, ou então ser uma série de referências simbólicas a fatos que se sucedem.

Qual seria a verdade?

Sinta-se à vontade para não responder.

Lady Mizu disse...

Bom, a primeira parte é mais intimista mesmo, como diz o título, e era mais algo que eu sentia que precisava escrever.

No caso da segunda... quando eu recuperar a epifania roubada, eu respondo ;)